04 agosto 2008

Caninos



Em louca hora eis que se atravessa
Em seu caminho tão perigosa fera,
A farejar o mundo, rasteiro e em pressa,
Riscando o chão com o elo que a acolera.

E vai bufando, a baba nos caninos,
Sem sentimento ou pena ou dor.
Se põe a brincar entre os meninos;
Fera obtusa que, em seu fétido odor,

Escarnece desse sangue de inocentes
E mastiga os valores mais humanos
Em sua sede insana e desmedida.

Hão de curar-se as chagas e as cem feridas.
Das dores todas, flechas transparentes
Transpassarão a alma dos mundanos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alexandre: que bom que você voltou a postar. Senti falta de seus poemas, tanto os admiro. Desde janeiro que você sumiu. Estive aqui e nada. De repente, voltou. Que Bom!!!!!!!!!