22 agosto 2008

A Folha Seca


Se hoje oscilo como a folha morta
Que do galho pendeu e se perdeu
Em rodamoinhos poeirentos,
Em espirais nos lixos de um beco.
Se tudo em mim é confuso
E o meu coração nada sente,
E minha mente não se decide
Entre a calma e o tumulto.
Se minha sede não se esgota
E o medo ronda a minha porta
Num temerário “é o fim de tudo”.
Se minh’alma anda aos tropeços,
Aos soluços num choro entrecortado
Que sem palavras me deixam mudo,
Caminhando, pelas noites, sem paz,
Perseguindo uma ilusória alvorada.
Se é de frio que me cortam
As lâminas de uma solidão povoada
Ou se são tolices e nada mais.
Quem se importa?
Os que não se importam comigo partiram,
E se os que me importam voltassem
E me dessem o diamante de seus olhares,
Ainda assim eu seria a folha agarrada ao galho.
Ao galho seco da árvore, da vida,
Aguardando o vento derradeiro
Que me libertaria pelos ares.

2 comentários:

Anônimo disse...

Alexandre: você não apenas coloca palavras em versos, você é realmente poeta.

Anônimo disse...

Como vc me deu, digamos, carta branca para levar o poema que eu desejar para o meu blog, estou, admito que sem autorização prévia fiada na tal carta, levando o soneto postado abaixo, "Amor imperativo". Obrigada.