28 setembro 2008

O Silêncio da Ausência


Oh, rua que na noite

insone

Me consome os olhos a vagar

no escuro.

Oh, noite em ventos insolentes,

Uivantes arrepios pelas frestas

da janela

Nos mesmos cantos e calçadas

Os mesmos bares, as mesmas caras

E os velhos "bem, voltemos para casa"

Quando já se vai alta a

madrugada

E os intervalos dos carros.

Ao longe passos e

gargalhadas

De um grupo que volta ou vai.

E eu já não lamento mais

O silêncio da tua ausência,

A falta dos teu passos

Acompanhando os meus

descompassados.
Já sigo o rumo incerto de

outras vezes,

Às bordas das sarjetas,
Ao hálito do vinho.

E não há em mim razão

ou choro,

Medo ou

infâmia disciplicente.

Só levo comigo essa dor
insana,

Uma saudade sem medidas

Que me calou e se calou

Eternamente.

Um comentário:

Textos e cacos disse...

sem palavas