06 junho 2007

A Morte do Poeta

Morreu um trovador -
morreu de fome.
Acharam-no deitado no caminho:
(Álvares de Azevedo)

Morre um poeta.
Morre de sede.
Morre de fome e frio,
Que a Poesia só alimenta a alma,
E essa não tem estômago,
Nem abrigo do sol e da chuva.
Morre um poeta
Afogado nas próprias palavras
De amor, de saudades,
De sonhos insólitos
Ou de tão dura realidade.
Morre em lutas, batalhas sangrentas,
Em tempestades, tormentas.
Numa fuga em cada verso planejada.
Na solidão consciente
Plena de ausências.
No colo da mulher amada
Morre um poeta.
Sem saber por que está morrendo
Pois cada verso é ainda um espasmo
Cada lágrima uma penitência
Cada riso um risco de sarcasmo.
Morre mártir na literatura.
Às vezes guerreiro, outras, suicida.
Morre um poeta
Para quem o mundo foi sepultura
E a Poesia foi Vida.

(19/07/04)

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei seu blog...
Pura poesia.
Parabéns!

Paz