29 junho 2007

A Pinta Dela (Raul Pederneiras)

Se tua fronte meiga descansas,
Pondo em realce negro botão,
Da cor trevosa de tuas tranças,
— Nasce-me um ponto... de exclamação! —

Ponto de treva! Doces lembranças
Trazes-me à alma, num turbilhão;
Dulçoso ponto das esperanças
Que me despontam no coração.

Liliputiano, grácil enfeite,
Lembra uma pulga num mar de leite,
A tua pinta que o rosto aninha.

Se o Almirante Colombo, um dia,
Visse teu rosto, certo diria:

— "Santa Maria!... Que pinta, niña!"

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