
(Cemitério de Montparnasse - París)
Os olhos turvos como o inverno
Na solidão da noite pairam, imersos,
E na escuridão vagam, perversos,
Sondando as almas pelo inferno.
Ingratidão veste este novo terno
E, na romaria negra dos regressos,
Presenteia os aflitos com esses versos -
Poeta do sombrio pátio interno -
E guarda'inda essas funestas dores
Num corpo com Deus em nada parecido -
A negra flor em um ermo cemitério -
Deixado só sem velas e nem flores,
Um epitáfio ao mármore esquecido,
Ornado por um seco vaso velho.
Um comentário:
Frio, solidão e abandono...
Quanto mais leio, mais me encanto...
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