
A luz entra fosca e à força
Entre as ondas que me acordam
A contragosto sobre as conchas
Quando cismo e durmo em plena praia
Vendo o brilho sobre os bancos de areia
Das espumas candeias do mar revolto.
Aguardam por entre elas tantas lendas -
Piratas, cem fragatas e sereias -
Que nadam no recôndito daquela enseada,
Enfileiradas em meus sonhos que se vão
Embalados pelo vento-canto lá da aldeia.
Aqui sopra um vento sonoro nas palmeiras
Quando a lua entra por entre as folhas negras.
O farfalhar rasteiro da palha seca,
A duna a se mover pela madrugada inteira
Como o arrasta-pé no baile,
Como o chocalhar da cascavel ligeira.
E quando a noite é assim, meu bem, eu caço estrelas
Por um céu de poema de Bilac.
Caço as grandes, as brilhantes, as pequenas,
E risco com o dedo em riste a Via Láctea.
Nas manhãs seguintes,
A brisa quente varre a varanda da casa
Repleta de ócio depois do almoço,
E já não sei se é ela ou o leque de minha avó
Que move a velha cadeira de balanço.
Como nunca soube se era o vento lá na praia,
Aquele vento nas ondas, nas folhas, na duna,
Que também movia as estrelas no céu.
Entre as ondas que me acordam
A contragosto sobre as conchas
Quando cismo e durmo em plena praia
Vendo o brilho sobre os bancos de areia
Das espumas candeias do mar revolto.
Aguardam por entre elas tantas lendas -
Piratas, cem fragatas e sereias -
Que nadam no recôndito daquela enseada,
Enfileiradas em meus sonhos que se vão
Embalados pelo vento-canto lá da aldeia.
Aqui sopra um vento sonoro nas palmeiras
Quando a lua entra por entre as folhas negras.
O farfalhar rasteiro da palha seca,
A duna a se mover pela madrugada inteira
Como o arrasta-pé no baile,
Como o chocalhar da cascavel ligeira.
E quando a noite é assim, meu bem, eu caço estrelas
Por um céu de poema de Bilac.
Caço as grandes, as brilhantes, as pequenas,
E risco com o dedo em riste a Via Láctea.
Nas manhãs seguintes,
A brisa quente varre a varanda da casa
Repleta de ócio depois do almoço,
E já não sei se é ela ou o leque de minha avó
Que move a velha cadeira de balanço.
Como nunca soube se era o vento lá na praia,
Aquele vento nas ondas, nas folhas, na duna,
Que também movia as estrelas no céu.
4 comentários:
Obrigado pelo comentário efusivo deixado no meu Literatura & Rio de Janeiro!
Adorei a evocação do céu de Bilac. Causou impacto durante a leitura, efeito surpresa, e trouxe um sorriso para a face do leitor. Bem realizado, como sempre.
É sempre bom enxergar estrelas...
embora a vida insista em nos mostrar sempre o céu nublado. Lembrei de Venturini: "noites com sol são mais belas...."
beijos
preciso falar contigo. tenho tentando, há tempos, em vão.
bj.
Postar um comentário