Vai Pescador de Sonhos
Lança a tua rede pelo mar
Do sono límpido das crianças.
No mar tranqüilo
Sem vagas e sem ondas
E sem perigos se durante o sono,
Pois não há pecados no ressonar dos anjos.
Vai pescador em tua traineira,
Por entre outros que também se afastam
Do atracadouro dos acordados,
Buscar na noite alta que, derradeira,
Anuncia dos infinitos cardumes, a chegada.
E aqueles brilhos no espelho d´água?
Quem saberia dizer o que são?
Caprichos de uma formosa Lua
Ou de escamas prateadas?
A criança dorme em segurança
Em sua cama no calor do quarto,
Enquanto em seu pequeno oceano
Seu pescador já desligou o barco
E lança a rede pelo mar gelado.
A rede arrasta o fundo do oceano
Revolvendo um grosso cascalho colorido,
E nem chega a turvar a água cristalina
Na Paz do sono, no profundo suspiro.
O pescador, puxando à proa
A rede abarrotada de brilhantes
(Impossível dizer se são estrelas
Ou sardinhas loucas),
Escolhe com cuidado o sonho justo
Do augusto repouso do meu filho
E lança-o sob as ondas louras
Dos cachos do pequeno infante.
O menino agora sonha com o seu pescado
Num sorriso lindo pelo anzol dos lábios
Que só a mãe conhece no carinho.
E o pescador volta ao mesmo porto
Sem ver surgir a nova alvorada,
Aguardando o cair de outra madrugada
Para voltar ao mesmo mar dos contos
E pescar os sonhos do meu menininho.
09 outubro 2007
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3 comentários:
Que lindo, Alexandre... Tem musicalidade, a poesia flui... Adorei!!!
Quanto ao meu post, vou fazer numa sequência, mas algo como se tivesse passado um tempo, já sei o que escrever sobre mais dois sentidos, mas ainda não consegui escrever.
Bjos...
Para variar, sempre algo lindo.... bjs
Tô aqui de novo só para me acalmar...novamente! bjs
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