Oh, rua que na noite
insone
Me consome os olhos a vagar
no escuro.
Oh, noite em ventos insolentes,
Uivantes arrepios pelas frestas
da janela
Nos mesmos cantos e calçadas
Os mesmos bares, as mesmas caras
E os velhos "bem, voltemos para casa"
Quando já se vai alta a
madrugada
E os intervalos dos carros.
Ao longe passos e
gargalhadas
De um grupo que volta ou vai.
E eu já não lamento mais
O silêncio da tua ausência,
A falta dos teu passos
Acompanhando os meus
descompassados.
Já sigo o rumo incerto de
outras vezes,
Às bordas das sarjetas,
Ao hálito do vinho.
E não há em mim razão
ou choro,
Medo ou
infâmia disciplicente.
Só levo comigo essa dor
insana,
Uma saudade sem medidas
Que me calou e se calou
Eternamente.
Um comentário:
sem palavas
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