10 julho 2007

Da Praia


Eu já nem me lembro
Daquela areia branca, aquele mar,
Aquela espuma ondulante
Nas rochas a se precipitar.
E das pedras portuguesas?
Na branca e na preta
Que quando criança eu adorava surfar,
Braços abertos, equilibrista do calçadão
Fazendo graça nas manhãs de domingo.
Do som dos molinetes na ponta do Leme
Pouco chega aos meus ouvidos
Desacostumados a esses sons despreocupados.
E das cores das cangas das morenas
Pouco se lembram meus olhos cansados,
Ardendo poluídos por outros ares e olhares.
E aquele cheiro de protetor solar...
De queijo coalho...
Ou simplesmente da brisa fresca do mar.
Das tardes de diferentes matizes
No céu a derramar,
V a g a r o s a m e n t e,
Um anoitecer estrelado sobre a minha cidade.
Não há aplausos que bastem
Para aquele pôr-do-sol.
Não há lembrança que console
A minha eterna saudade.

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