28 junho 2007

Fio de Prata

‘ou o cordão de prata se solte
ou o vaso de ouro se parta’.
Eclesiastes – Cap. 12 – Vers. 6

Uma brisa
Do mar,
De leve.
Uma brisa morna
Que me carregue
A um dia qualquer,
A qualquer lugar.
A uma procissão,
Num bloco carnavalesco.
De um comício
A um lúgubre cortejo.
Sem convites,
Sem acompanhamento.

Tristes tardes!
Caminhadas sozinho
No meio da multidão.
Da Ouvidor à Henrique Valadares.
Tristes tardes...
Noites quentes!
Quentes e insones
Na boêmia, na Lapa,
Da varanda olhando a copa
Das árvores sob um último luar.
Ah, e esse tênue fio de prata,
Cor de minha mortalha,
A me segurar.

(junho/07)

2 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

lindo, lindo, lindo!!!!

Anônimo disse...

Lindíssimo! Gosto desta simplicidade (d)escrita!! :)