Pelas noites azuis de verão, irei em atalhos sob a lua,
Picotado pelos trigos, pisar a grama pequena:
Sonhador, sentirei nos pés o frescor que acena.
Deixarei o vento banhar minha cabeça nua.
Não falarei, não pensarei em nada sequer:
Mas me subirá na alma o amor soberano,
E irei longe, bem longe, feito um cigano,
Pela Natureza — feliz como se estivesse com uma mulher.
Picotado pelos trigos, pisar a grama pequena:
Sonhador, sentirei nos pés o frescor que acena.
Deixarei o vento banhar minha cabeça nua.
Não falarei, não pensarei em nada sequer:
Mas me subirá na alma o amor soberano,
E irei longe, bem longe, feito um cigano,
Pela Natureza — feliz como se estivesse com uma mulher.
Março 1870.
Imagem: CAMPOS DE TRIGO COM CORVOS - 1890 MUSEU NACIONAL VINCENT VAN GOGH, AMSTERDAM
Um comentário:
Eu simplesmente amo essa poesia de Rimbaud... A primeira vez que a li, me senti numa noite de verão, andando por entre as gramas de casa, sonhando, amando a imensa lua cheia sobre minha cabeça...
Bjos...
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