31 dezembro 2006

Exortação



Sonha, poeta!... O sonho é o entorpecente,
o mais sublime tóxico do mundo,
a morfina ideal do teu viver....
-sonha um sonho infinito, azul, profundo,
indefinidamente,
e esquece a vida que tu tens presente
pela vida maior que há no teu Ser!

Esquece tudo, o próprio mundo esquece,
e esquece a tua vida, porque a tua vida
vale mais se a souberes fazer grande
e cada vez maior
na tua exortação...
Se o teu destino é estranho e é diferente,
se não nasceste igual a toda gente,
- ensina o canto livre e a vida nova
aos Prometeus da Razão!

Faze tu mesmo, o teu próprio Universo,
- tua terra
- teu céu
- tua vida
- teu verso...
E o Universo dos homens que te importa então?
Sê louco!... Que a loucura é essa subida
de pequenez restrita da verdade
à grandeza infinita da Ilusão!

O teu sonho não traz o pedestal na terra,
teu espírito é assim como um condor boiando
nos espaços azuis...
Sobe... devassa os céus, de lado a lado,
vê se existe algum poeta, além, por outros mundos,
esse poeta que à noite escreve com as estrelas,
não tendo ao solo acorrentado os pés!

Sonha, poeta!... Eu quero ver-te aflito
sacudir os teus braços na amplidão
a ferir com teus dedos o Infinito...

E ao baixar tuas mãos,
de novo ao vê-las,
hás de exclamar, tenho-as de ouro e lilás!;
e olhando para o céu
verás o céu sangrandode estrelas,
e as tuas mãos, a transbordar estrelas
assombrado verás!

Não trouxeste o destino de arrastar
a tua ânsia na terra
onde os homens pregados vão de rastros...

Solta a tua alma azul no espaço azul,
os teu sonhos semelham-se a bandeiras
fremindo ao vento no cordel dos mastros!
- vai brincar com os cometas sem destino
e conversar com os astros!

Sonha! Que este sonhar só bem te faz!
Sê sempre o mesmo:
Um louco!
Um incomum!
Não te sujeites a domínio algum,
e que o teu sonho não acabe mais!

( Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro"Bazar de Ritmos" 1a edição1935 )

04 dezembro 2006

O poeta pede ao seu amor que lhe escreva (Garcia Lorca)

Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita e penso,
com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.

O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.

Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de kordiscos e açucenas.

Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura

( tradução: William Agel de Melo )

03 dezembro 2006

O Monograma de Cristo

Os primeiros Cristãos compuseram a partir da Cruz, combinada com as letras Gregas Rho e Chi, o monograma de Cristo. Da mesma forma, o famoso "Labarum" de Constantino foi formado pelas letras X e P (que são Chi e Rho) entrelaçadas. O imperador mandou que este sinal fosse segurado contra o céu com a inscrição "Touto nika", "Por este conquistador." Mas é relevante notar que o símbolo já existia muito antes do tempo de Constantino.


Sobre o Preconceito

“Raramente é aconselhável enfrentar preconceitos e paixões de frente. É preferível dar a impressão de que os aceita a fim de ganhar tempo para combatê-los. É preciso saber navegar com um vento contrário e bordejar até encontrar o vento certo.

- Fortune de Felice, 1778